segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Diferentes interesses na abolição

Alguns latifundiários consideravam a abolição da escravidão, desde que o governo os indenizasse pelos prejuízos. Os cafeicultores do oeste paulista consideravam que o alto preço dos escravos a partir da proibição do tráfico os tornava economicamente inviáveis, estimulando o trabalho dos imigrantes nas fazendas .



Campanha Abolicionista

Na província de São Paulo formou-se um grupo abolicionista, os caifazes, que organizava e acobertava fugas de escravizados, auxiliava seu encaminhamento para os quilombos, estimulava as revoltas.
Haviam vários grupos envolvidos na alforria imediata.Foi crescente a ocorrência de fugas coletivas, revoltas e formação de quilombos por parte dos cativos, que se mobilizavam e exigiam o fim da escravidão. Eles foram apoiados por intelectuais, jornalistas, escritores que condenavam em publicações as condições de trabalho, os castigos físicos e a falta de dignidade humana.
Profissionais liberais, militares e membros do clero também se engajaram na campanha. No cenário nacional destacaram-se nomes como Joaquim Nabuco e o poeta Castro Alves.


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Lei Áurea

Realizada em 1888 pela princesa Isabel, esta lei aboliu definitivamente a escravidão no Brasil. Porém, a liberdade não garantiu aos ex-escravos melhorias significativas em suas vidas.Como o governo não se preocupou em integrá-los à sociedade, muitos enfrentaram diversas dificuldades para conseguir emprego, moradia, educação e outras condições fundamentais de vida.Vale lembrar que muitos fazendeiros preferiram importar mão-de-obra europeia à contratar os ex escravos como assalariados


 

 Lei do Ventre Livre

Aprovada em 1871, foi a primeira lei abolicionista da história do Brasil. De acordo com essa lei os filhos de escravas, nascidos após a criação da lei, ganhariam liberdade porém, o liberto deveria permanecer trabalhando na propriedade do senhor até 21 anos de idade.
Foi uma lei provisória e que recebeu muitas críticas negativas abolicionistas. O principal argumento era que esses"libertos" tinham que trabalhar para seus "donos" durante a fase mais produtiva da vida. Logo, os senhores iriam explorar ao máximo essa mão de obra até ela ganhar a liberdade.



Escrava com seus filho nos braços
Filhos de escravas na casa dos senhores

Lei Eusébio de Queirós

O Brasil foi o último país a acabar com a escravidão em seu território  dentre os países da Ámerica. Mesmo com o estouro de diversas rebeliões escravas e populares, principalmente no século XIX, como a revolta dos Malês e a Balaiada, e também com a pressão exercida pela principal potência econômica da época, a Inglaterra, os latifundiários e grandes comerciantes brasileiros foram relutantes em abolir a escravidão no Brasil. A Inglaterra era a principal interessada, já que queria trabalhadores livres para ampliar seu mercado consumidor.
O Brasil chegou a "concordar" com a ideia de abolir a escravidão e elaborou uma lei em 1831, porém, ela não foi posta em prática e ficou conhecida como Lei para Inglês ver.
Então em 1850 a lei Eusébio de Queirós foi assinada.Uma lei que proibia o tráfico de escravos no Brasil. Sendo a legislação que proibiu definitivamente o tráfico de escravos para o Brasil, consagrando para a história o nome de seu autor Eusébio de Queirós, na época ministro. Apesar de não ter sido a primeira a proibir o tráfico negreiro para o país, foi a primeira lei a causar um impacto significativo sobre a escravidão.
Tráfico de escravos
Eusébio de Queirós (o autor da lei)
Charge sobre pressão dos ingleses


Lei do Sexagenário

Promulgada pelo governo brasileiro em 1885, essa lei dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos de idade. 
Essa lei também recebeu muitas críticas, pois dificilmente um escravo chegava a essa idade com as péssimas condições de trabalho que tinham durante a vida. Vale lembrar que a expectativa de vida de um escravo nesse período era em torno de 40 anos de idade.
Essa lei acabava por beneficiar os proprietários de escravo, pois se livravam de trabalhadores pouco produtivos, cansados e doentes. Economizando dinheiro assim, com alimentação e moradia.